quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O JARDINEIRO E A POETISA

O jardineiro solitário, mas não muito por viver sempre em meio a natureza, flores de todas as  espécies, de todas as cores. Normalmente seu tempo é curto, sendo que todo o dia para evitar que suas flores morram de solidão tem que lhes fazer companhia aguando, podando e cuidando de cada uma sem esquecer-se do carinho e a eterna dedicação que normalmente faz parte do seu dia-a-dia. Todos os dias a poetisa passa e de longe sem que o jardineiro perceba, observa o cuidado e carinho que dedica suas preciosas flores, meio envergonhada aproxima-se do jardim, o jardineiro nem percebe sua presença e seu perfume tão marcante quanto o perfume das flores, a poetisa chega mais perto e com uma voz suave se dirige ao jardineiro;

-Dê-me um ramalhete do seu jardim? Diz a poetisa.

       O jardineiro com um sorriso sem graça responde;

      -Não posso, se lhe um ramalhete do meu jardim terá que levar meu coração junto.
 
A poetisa então abaixa a cabeça e vai embora decepcionada.
Ela se entristece porque sabe que jamais terá o coração do jardineiro.
Enquanto esta em seu leito ela pensa, pensa e tem uma grande ideia.
Amanhã me levantarei mais cedo e passarei pelo jardim, pedirei novamente um ramalhete e se ele recusara me dar, lhe farei uma promessa, um pacto se precisa para conseguir meu intento.

De longe o jardineiro percebe que aquela poetisa vai em direção a seu belo jardim e com um olhar de desprezo a olha de alto a baixo em alguns segundos. A poetisa se aproxima e pede;
-dê-me um ramalhete do seu jardim? Prometo que lhe farei o méis lindo poema que você jamais em toda sua vida.
-Não posso! Responde o jardineiro, só se levar meu coração.
-Então dê- me seu coração! Responde a poetisa

Para levar meu coração terás que se libertar destas correntes que te prendem.

Tristonha  ela responde;

-Não posso! Já me acostumei a elas e não sei como me livrar destas correntes que me prendem há tanto tempo.
  
Então não terás seu tão precioso ramalhete.
A poetisa se afasta e quando esta bem longe dos olhos do jardineiro, ela chora, e com um lenço branco vai colhendo aos poucos suas lágrimas que caem constantemente.

A noite chega e ela não consegue dormir. Virando de um lado a outro da cama que lhe parece ainda maior a cada dia. Novamente ela pensa;
  
Amanhã farei mais uma tentativa.
Na manhã seguinte, já sem esperança de conseguir o que tanto deseja, mais uma vez insiste;
-Dê-me um ramalhete do seu jardim?

-Não posso, já disse que só se levar meu coração.

-Só posso levar seu coração se em libertar das correntes que me prendem, mas posso te dar minhas lágrimas para que regue seu jardim.


-Esta louca! Grita o jardineiro nervoso com a insistência, suas lágrimas são salgadas e mataria todo meu jardim, mas ela ainda cheia de esperança contesta;
-Adoce-as com seus beijos de mel.

Mesmo assim, não posso aceitar sua generosa oferta nem posso te dar o que me pede com tanta instancia.
  
Dias e dias se passam sem que a poetisa apareça. O jardineiro continua sua lida do dia-a-dia quando numa tarde fria e triste, eis que no meio do seu jardim encontra a poetisa quase sem vida em seus últimos suspiros pede que o jardineiro chegue mais perto para que lhe fale ao ouvido e diz baixinho;

-Ô jardineiro, dê-me um ramalhete do seu jardim para que eu possa voltar a viver?

Quase chorando o jardineiro responde;


-Eu já disse, não posso, a menos que leve meu coração em forma de sentimentos.

 Então a poetisa da o seu ultimo suspiro e desfalece, seu corpo parece estar todo acorrentado, o jardineiro triste pega suas mãos e beija, não podendo conter suas lágrimas que jorram em cima do corpo inerte da poetisa, as correntes prendiam seu corpo vão se desfazendo lentamente, seus pés se transformam em raízes, transformando-a em uma linda arvore, cheia de ramalhetes de flores de todas as cores, e assim a poetisa consegue o seu tão esperado ramalhete o coração do jardineiro, e o jardineiro consegue a mais bela arvore florida em seu precioso jardim
  
Passaram-se três anos e durante este tempo o jardineiro foi deixando aos poucos de regar a sua árvore poetisa e com a falta de água ela foi murchando e suas folha secando e caído, os belos ramalhetes já não mais existiam e a tristeza foi tomando conta de seus galhos.

Um belo dia o jardineiro percebeu que sua árvore poetisa estava morrendo e descobriu que a amava muito. Correndo. Foi ao joalheiro mais próximo e comprou um anel de noivado e ao chegar colocou-o em um dos galhos da árvore poetisa. Ao colocá-lo imediatamente começa a cair uma chuva fina apenas sobre aquele lugar mágico e aos poucos a árvore vai se transformando em mulher novamente, eles se abraçam e se beijam loucamente e depois do beijo ele diz:

      -Espere que tenho algo pra você!
E assim colhe em seu jardim as mais belas flores e entrega a poetisa que sorri e lhe retribui com carícias e beijos. De mãos dadas caminham tranqüilos e felizes entre flores.     


Contato: tinapoeta13@hotmail.com

Nenhum comentário: